Você já ouviu falar de marketing LGBTQIA+?
Focado no desenvolvimento de produtos, serviços ou ações específicas, esse tipo de marketing tem como principal objetivo atender às necessidades do mercado, promover a inclusão, interagir com a persona e se posicionar.
As estratégias para atingir esse público não precisam ser complexas ou passar por grandes revoluções, mas é necessário captar a sua essência, comunicar com este grupo, ver com outros olhos e enxergar o potencial desse mercado.
A população LGBTQIA+ tem cada vez mais movimentado a economia do país. O segmento soma cerca de R$ 420 bilhões por ano somente no Brasil, conforme dados da associação internacional de empresas, a Out Leardship.
Dessa forma, uma estratégia bem estruturada pode ajudar a impulsionar o crescimento e faturamento de qualquer empresa.
Porém, de nada adianta colocar as cores da mandries LGBTQIA+ nas redes sociais ou estampar camisetas com arco-íris. É necessário mostrar como a sua marca se posiciona em relação ao tema e pensar nos casais homoafetivos. Mas, não apenas nas campanhas no mês do orgulho, por exemplo, tornar isso natural e constante. Agindo com respeito e responsabilidade sobre o que se propõe a fazer.
Mas, … o que significa a sigla LGBTQIA+?
Antes de começar a pensar nessa persona é necessário entender o que essa sigla corresponde.
Para que todos os grupos sintam-se representados, ela é dividida em duas partes. A primeira, LGB, que equivale ao respeito à orientação sexual do indivíduo e a segunda, TQIA+, que refere-se ao gênero.
Veja a seguir o que cada letra representa:
L – Lésbicas > Mulher que se identifica como mulher e possui preferência sexual por outras mulheres.
G – Gays > Homem que se reconhece como homem e têm preferência sexual por outros homens.
B – Bissexuais > Pessoas que possuem preferências sexuais pelo gênero masculino e feminino.
T – Transexuais, travestis e transgêneros > Pessoas que não se identificam com os gêneros masculino ou feminino, atribuídos na hora do nascimento e que têm como referência os órgãos sexuais.
Q – Queer > Pessoas que não se identificam com os padrões heteronormativos e transitam entre os “gêneros”, sem necessariamente concordar com tais rótulos.
I – Intersexuais > Pessoas que possuem uma variedade de condições naturais (cromossomos, genitais, hormônios) que não se encaixam na anatomia reprodutiva e sexual às definições típicas de mulheres ou homens, ou desenvolvem naturalmente uma combinação de ambas.
A – Assexuais > Pessoas que não sentem atração sexual por outras pessoas, independente do gênero.
+ > Representa os outros grupos e variações de sexualidade e gênero, como a pansexualidade, que é atração por pessoas, independentemente do gênero ou da orientação sexual.
Como atingir o público LGBTQIA+
Uma estratégia de marketing eficaz precisa entender e se comunicar com o público. Por isso, procure estudar e conhecer as características e necessidades dessa persona que você quer atingir.
A comunidade LGBTQIA+ foi caricaturada durante muito tempo pela sociedade, por isso, fuja dos estereótipos, não coloque a comunidade em uma “caixa”.
Outro cuidado que precisa ser tomado é não ser superficial. Como mencionamos anteriormente, de nada adianta colocar o símbolo do “gay pride” na sua comunicação visual e nunca mais abordar o assunto. Isso pode gerar uma insatisfação e falta de confiança.
O público nota quando a marca quer apenas aproveitar o momento. E se isso ocorrer, os riscos são grandes, pois as consequências podem durar muito tempo e atrapalhar toda a relação que você criou com a comunidade.
Por isso, a empresa que investe no marketing LGBTQIA+ também precisa realizar atividades alinhadas com o genuíno interesse pelos problemas enfrentados pela comunidade. E existem diversas formas de fazer isso, tais como:
- Patrocinar eventos;
- Apoiar ações ou ONGs de combate a violência e discriminação;
- Desenvolver treinamentos com a equipe que promovam a política de inclusão;
- Levar a discriminação a sério em suas práticas de recrutamento e promoção;
- Elaborar programas de apoio e engajamento para a liderança LGBTQIA+, como: orientação, grupos de trabalho, seminários e conferências;
- Criar um ambiente neutro em termos de gênero, fazendo mudanças como estabelecer banheiros unissex, e use linguagem neutra em termos de gênero.
Outra cautela que precisa ser tomada está relacionada a criação de produtos para o público LGBTQIA+. Marcas que adaptam mercadorias e tentam “empurrar” para a comunidade, geralmente causam impactos negativos.
No dia dos namorados, por exemplo, várias empresas tentaram ajustar itens para promover esse mercado, no entanto, algumas pessoas ficaram frustradas ao procurar itens personalizados para casais homoafetivos e não encontrarem. Isso aconteceu com o mercado de roupas, de decoração, entre outros.
Contudo, vale ressaltar que a empresa precisa produzir conteúdos que criem e aproximem a comunidade, tornando a estratégia ainda mais efetiva.
Especialistas apontam que ainda faltam pesquisas sobre o mercado LGBTQIA+, mas que, os estudos que já foram realizados, apontam que estes consumidores são exigentes, criativos, fiéis e estão dispostos a gastar quando encontram qualidade e identificação.
No entanto, as estratégias de marketing para esta persona que produziram resultados significativos, estão relacionadas à criação de valor e responsabilidade social.
Informações sobre o mercado LGBTQIA+
O mercado LGBTQIA+ possui alguns dados que precisam ser observados, veja a seguir quais são eles:
- A população LGBTQIA+ é estimada em 20 milhões de pessoas, ou seja, cerca de 10% da população brasileira, isso sem levar em consideração as pessoas intersexo. A comunidade, no entanto, considera a cifra subestimada, pois, muitos indivíduos não declaram a sua identidade de gênero ou orientação sexual.
- Segundo pesquisas, a renda média está acima de R$ 3.000 e 47% está inserida na classe AB.
- Pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apontou que a renda média de homossexuais que moram com o parceiro no Brasil é 65% maior do que a de casais héteros.
- A comunidade geralmente apresenta alta escolaridade.
- De acordo com a Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes (Abrat-GLS), os homossexuais gastam 30% mais do que os héteros em bens de consumo.
- As startups brasileiras começaram a ver o potencial desse mercado. Por isso, novas plataformas foram criadas para conectar gays, lésbicas, bissexuais e pessoas trans a produtos, serviços ou vagas de emprego.
Dicas para conquistar o público LGBTQIA+
Para te ajudar a inserir nesse mercado e conquistar boas oportunidades, separamos algumas dicas, acompanhe:
1- Cuidado com a linguagem adotada nas campanhas. Algumas expressões, conhecidas popularmente, podem ofender a comunidade. Fique atento!
2- Crie um grupo de afinidade com o público LGBTQIA+
3- Mostre respeito em todas as atividades desenvolvidas. Busque entender a causa, as dores e as lutas dessas pessoas.
4- Procure encontrar produtores de conteúdo, como influenciadores, associações e ONGs que geralmente falam e tem uma boa aceitação de temas relacionados às minorias. Essa troca de informações será muito benéfica para a sua empresa.
5- Cuidado com as referências populares a homossexuais e transgêneros.
6- Nas campanhas para as datas especiais, como o Dia dos Namorados, lembre-se que existem casais das mais diversas formas e gêneros, por isso, desenvolva ações que atenda a todos os públicos.
7- Procure estudar cases de sucesso da concorrência.
8- Se a sua marca resolver criar uma promoção especial para casais, estenda também o benefício para casais homoafetivos ou formados por pessoas trans.
9- Trate a pessoa de acordo com o gênero em que ela se apresenta.
10- Seja sincero! O público LGBTQIA+ já passou por muitos anos tendo que esconder padrões de comportamento impostos pela sociedade. Mas, agora, eles estão conquistando cada vez mais a sua voz, por isso, eles defendem e valorizam marcas que defendem essa voz!
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